Agosto azul revela os modos pelos quais buscamos nos livrar de uma história antiga, nos encontrar em outras pessoas e nos reinventar. No auge da sua carreira, a virtuosa do piano Elsa M. Anderson abandona o palco em Viena, durante uma apresentação. Agora, ela está num mercado de pulgas em Atenas, à deriva, com a autoimagem em ruínas, observando uma mulher desconhecida, mas estranhamente familiar, comprar o último par de cavalos mecânicos que dançam quando suas caudas são puxadas para cima. As duas usam o mesmo casaco, um sobretudo verde com cinto bem apertado e, em pouco tempo, Elsa é compelida pela sensação de que está olhando para si mesma, ela era eu e eu era ela. Uma questão central emerge do encontro: quem é real e quem não é? Com uma narrativa de qualidade musical apropriada – avançando em surtos, repetindo refrões, explorando silêncios – Deborah Levy navega por temas já muito consistentes em sua obra: identidade, feminilidade, a dinâmica de poder contemporânea em processo de transformação. E coloca “o duplo” a serviço do seu desejo de fazer travessuras e brincar com símbolos e conexões. Em Agosto azul, nenhum ouriço-do-mar representa apenas a si mesmo. Têm seus duplos também os pianos, os biscoitos de amêndoa, os cavalos mecânicos. Tudo são pistas para um outro evento, e isso nos impele a acompanhar a história com atenção, e voltar a ela outras vezes para, no fim, talvez, sermos capazes de responder: qual de nós é o instrumento, o piano ou o pianista?
Data de lançamento: Autêntica Contemporânea; 1ª edição (25 março 2024); Total de páginas: 174 páginas; ISBN: 978-6559283958; ASIN: B0CW73LQJW
Informações sobre o autor: Deborah Levy, nascida em Joanesburgo em 1959, é uma renomada autora com sete romances. Recebeu indicações ao Goldsmiths Prize e ao Man Booker Prize. Sua obra foi encenada pela Royal Shakespeare Company e sua coletânea “Black Vodka” foi indicada ao International Frank O’Connor Short Story Award. Membro da Royal Society of Literature, é autora da “Autobiografia Viva”, com os volumes “Coisas que não quero saber” e “O custo da vida”, vencedores do Prix Femina Etranger 2020.
Saiba mais: “Agosto Azul” de Deborah Levy mergulha na busca por identidade e reinvenção através do encontro entre uma pianista em crise e uma mulher misteriosa em Atenas. Quem é real e quem não é? Uma narrativa musicalmente rica que explora temas de identidade e feminilidade.